Modelos de internacionalização de negócios em Moçambique

Quando o negócio doméstico foi criado numa plataforma online, a sua internacionalização pode ser quase imediatamente garantida.

No caso limite do desenvolvimento e distribuição de aplicações informáticas, a acessibilidade a mercados externos pode estar garantida sem grandes adaptações. 

Será necessária a disponibilização de conteúdos e informações em diferentes línguas, mas os processos de descarga e pagamento serão semelhantes aos já implementados para o mercado doméstico.


 Modelos de internacionalização de negócios

Negócios em plataformas online

Negócios em plataformas online

Criação de subsidiárias

Vantagens 

Proximidade do mercado;

o Excelente controlo do negócio. 

Desvantagens 

O custo demasiado elevado para arranque do negócio.

 

Exportação com abordagem direta do mercado

Com agentes comerciais próprios 

Vantagens 

o Bom controlo estratégico do negócio e da política comercial.

Desvantagens

O Custos fixos iniciais elevados numa fase de arranque no novo mercado;  o Necessidade de apoio logístico aos agentes contratados;  

O Dificuldade em identificar agentes com conhecimentos do mercado que aceitem trabalhar em exclusivo para a empresa;


O Riscos de crédito em Moçambique

 Com agentes Comerciais, presentes no próprio mercado, com contratos de agentes

independentes, geralmente não exclusivos

Vantagens 

O Reduz custos fixos;  o Mais fácil de recrutar quadros com conhecimento do mercado. 

Desvantagens 

O Dificuldade de gestão estratégica do negócio; 

O Agentes geralmente não exclusivos da empresa, muitas vezes comercializando produtos concorrentes; 

O A médio prazo, devido à legislação atual, difícil de alterar modelo de negócio. 

 

Colaboração com outras empresas Moçambique

Identificação de um importador/distribuidor no mercado 

Vantagens 

O Menor risco de crédito; 

O Possibilidade de selecionar empresa identificada com o mercado. 

 

Desvantagens 

O Dependente do desempenho do importador; 

O Necessidade de ceder uma parte importante da margem do negócio; 

O Muito pequeno controlo estratégico do negócio. 

 

Franchising

Vantagens 

O Bom controlo de negócio. 

Desvantagens 

O Pouco adaptado a negócios em fase de arranque, devido à reduzida notoriedade e capacidade de impor condições negociais. 

 

Parcerias com empresas Moçambique

Vantagens 

O Bom conhecimento do mercado. 

Desvantagens 

Difícil encontrar parceiros certos com a motivação que se adeque às expectativas da empresa; 

O Eventual repartição gravosa de lucros/custos

  

Repartição de custos nas trocas com mercados internacionais

As repartições de custos nas trocas internacionais estão consignadas em várias fórmulas ou opções que, no âmbito empresarial, são geralmente referidas pelos acrónimos das designações em língua inglesa.

Estas opções são referidas como INCOTERMS ou Termos Internacionais de Comércio.

 

INCOTERMS – Termos Internacionais de Comércio

General Transport - Transportes em geral

EXW – Ex Works (at named place) - na fábrica (designação do local)

FCA – Free Carrier (at named place of delivery) – livre no transportador (designação do local)

CPT – Carriage Paid To (at named place of destination) – transporte pago até à empresa do cliente (designação do local de partida)

CIP – Carriage and Insurance Paid to (to named place of destination) - transporte e seguro pago até ao terminal de envio (designação do local de destino). 

DAT – Delivered at Terminal (named terminal at port or place of destination) - entregue no terminal de destino (designação do local, terminal de porto ou local de destino)

DAP – Delivered at Place (named place of destination) - transporte pago até ao local de destino (designação do local de destino)

DDP – Delivered Duty Paid (named place of destination) - entregue ao cliente com seguro pago (designação do local de destino)

Sea and Inland Waterway Transport - Transporte por barco

FAS – Free Alongside Ship (named port of shipment) - colocação no cais do navio de transporte (designação do local, nome do porto de embarque)

FOB – Free on Board (named port of shipment) - colocação no navio de transporte (designação do local, nome do porto de embarque)

CFR – Cost and Freight (named port of destination) - Custo e transporte até ao destino do cliente (designação do local, nome do porto de embarque)

 

Condições de pagamento em comércio internacional

As práticas de comércio internacional consagraram várias fórmulas de pagamento nas trocas internacionais.

Estas fórmulas variam de soluções mais interessantes para os clientes mas com elevado risco de crédito, até soluções seguras mas menos atraentes e, por vezes, não aceites por clientes já estabelecidos.

 A escolha da modalidade de pagamento é feita de comum acordo entre o exportador e o importador e vai depender, basicamente, do grau de confiança comercial existente entre as partes, das exigências do país importador e das disponibilidades das linhas de financiamento.

 

Decisões relativas aos pagamentos em comércio internacional

Condições de pagamento

As condições de pagamento são acordadas entre o exportador e o importador e podem ter maior ou menor risco para cada uma das partes.

As soluções mais comuns podem consolidar-se nas seguintes fórmulas:

 

Pagamento antecipado

O pagamento é realizado antes do embarque da mercadoria. Todo o risco está do lado do importador.

Nesta modalidade o pagamento pode ser realizado pela totalidade ou parte do valor da mercadoria constituindo, neste caso, uma caução contra o risco de cancelamento da encomenda

Remessa direta

Nesta opção o exportador embarca a encomenda e envia diretamente, ao importador, os documentos que lhe permitem levantar a encomenda na alfândega ou nos armazéns do transportador, ou a encomenda é mesmo enviada diretamente para as instalações do importador.

Cobrança documentária

Após o envio da mercadoria o exportador entrega ao seu banco uma “remessa documentária” que este envia para o banco do importador. 

 

O banco do importador entregar-lhe-á os documentos, que permitem desembarcar a

mercadoria, contra pagamento ou através de título de câmbio (letra de câmbio), conforme o acordo estabelecido.

 

Documentos incluídos na remessa documentária:

Fatura comercial;

Conhecimento de embarque;

Lista de embalagem;

Apólices de seguro;

Outros exigíveis ou acordados conforme a situação. 

Esta modalidade de pagamento é regulada pelas “regras Uniformes para Cobranças” da CCI – Câmara de Comércio Internacional.

 

Carta de crédito

O importador solicita ao seu banco a emissão de uma Carta de Crédito, garantindo o compromisso do pagamento ao exportador por parte do “banco emissor”.

 

O banco do exportador confirma os documentos, paga ao exportador e encaminha os documentos ao banco emissor, que os entregará ao importador.

 

A carta de crédito especifica o valor a pagar, o beneficiário, os documentos exigidos, os prazos, os locais de envio e receção, a descrição dos produtos e outros elementos considerados relevantes à operação.

 

Esta modalidade de pagamento é regulada pelas “regras Uniformes para Cobranças” da CCI – Câmara de Comércio Internacional.

 

Caso específico da prestação de serviços

No caso dos serviços eles são consumidos no momento em que são prestados, logo, as partes têm de acordar as condições de pagamento:

 

Pagamento antecipado à prestação, no todo ou em parte;

Pagamento após a prestação, com acordo de prazo e forma de pagamento.

 

Seguros de crédito à exportação

Nas transações internacionais é importante identificar uma organização com quem seja possível contratualizar um seguro de crédito que salvaguarde os riscos de concessão de crédito em operações internacionais.

 

 Recolha de informação de créditos sobre os clientes

Estão presentes no mercado diversas entidades que recolhem e disponibilizam informações sobre clientes do mercado internacional.

Podem ser contratualizadas avenças para fornecimento regular de informações, quando a empresa tem em permanência, operações com mercados internacionais ou fazer a aquisição pontual dessas informações se não se justificar um contrato de avença.

 

INTERNACIONALIZAÇÃO

Boas Práticas

Quais são os primeiros passos num processo de internacionalização?

O primeiro passo será averiguar se existe no mercado escolhido a necessidade a que o produto responde.

De seguida, avaliar os ambientes conjuntural e concorrencial para verificar se o produto pode ser aceite no mercado, tal e qual é comercializado nos mercados atuais, se precisa de alterações ou se não há viabilidade de comercialização.


Análise da envolvente concorrencial do mercado

O conhecimento dos concorrentes já a operar no mercado, a sua oferta, as suas vantagens competitivas e a sua posição no mercado é fundamental para avaliar a decisão de entrada no mercado.

 

Análise da envolvente conjuntural do mercado

A envolvente conjuntural determina as condições de operação no mercado, as

facilidades ou barreiras que a empresa vai enfrentar, assim como as normas e

adaptações da sua oferta para o mercado.

No âmbito do marketing é usual a recomendação: “Seja global mas atue localmente”.  

   

Domínio das línguas do mercado alvo

É fundamental garantir que alguém da equipa tem capacidade para assegurar a

comunicação na língua do mercado alvo. Se bem que o inglês é muitas vezes assumido

como uma língua de comunicação internacional, há clientes de países de língua não

inglesa que só aceitarão comunicar na língua do seu país.

 

Conformidade de qualidade

Mesmo que a empresa cumpra as normas e certificações de qualidade do mercado

doméstico, é importante confirmar a conformidade com as disposições de qualidade do mercado de exportação.

 

Capacidade de resposta

Ao entrar num mercado internacional necessita de estar garantida a capacidade de

resposta em quantidade e nos prazos acordados, das encomendas efetuadas pelos

clientes.

Assistência

Inventariar e garantir as condições de assistência ao mercado são fundamentais para manter uma imagem de credibilidade.  

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